LACTOSE NA DIETA, SIM OU NÃO? POR LIBIA VIEIRA

Você já deve ter ouvido a seguinte frase: “O homem é o único mamífero que bebe leite depois de adulto”. O homem é um mamífero que se adaptou para continuar a beber leite na fase adulta, este hábito não é uma estupidez (como já ouvi muito por ai), mas sim uma vantagem adaptativa, de perpetuação de genes, da espécie mesmo.
Eu, particularmente, não sou contra o leite e derivados, não tenho nenhum problemas com eles, nem para perda de peso, tampouco para redução da gordura abdominal. Mas, há a intolerância à lactose em muitas pessoas, e nesses casos deve ser feita a retirada dos alimentos.

A intolerância à lactose é um problema que se torna mais comum com o avanço da idade e ocorre quando o organismo não consegue digerir o leite e seus derivados. A causa é a falta ou a produção insuficiente da enzima lactase, sintetizada no intestino delgado e responsável pela quebra da lactose (açúcar do leite) em dois tipos de açúcares mais simples – a glicose e a galactose -, para, então, serem absorvidos pelo organismo. Não tratar essa intolerância não representa, necessariamente, um risco à vida, mas a sensação de desconforto torna-se constante. Essa intolerância tende a aumentar com o avanço da idade, mas há tratamento.
Diarréia, produção excessiva de gases, cólicas, distensão abdominal e desconforto, além de náuseas e vômitos. Esses sintomas – que podem ser leves ou severos – são associados a diversos problemas gástricos. Por isso, diagnosticar intolerância à lactose pode ser um longo caminho, De acordo com pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ao menos 40% da população brasileira apresenta algum desconforto causado pela ingestão de leite e seus derivados. A boa notícia é que ninguém precisa sofrer com isso, pois existe tratamento.
Existem alguns exames laboratoriais, de sangue ou mesmo de análise do DNA, que podem confirmar a produção insuficiente da enzima lactase. Atualmente, são conhecidos três tipos de intolerância: a causada por um defeito genético, mais rara e de ocorrência em recém-nascidos; aquela na qual há uma deficiência temporária na produção da enzima, comum no primeiro ano do bebê; e a que ocorre ao longo da vida, chamada de deficiência primária, causada por uma tendência natural à diminuição da produção da lactase.

O tratamento vai depender da intensidade do problema, e os caminhos a seguir são traçados pelo médico gastroenterologista e um nutricionista. Em geral, a lactose é retirada da dieta alimentar, para, depois, ser reintroduzida em pequenas quantidades. Dessa maneira, a substância tende a ser bem tolerada por quem apresenta o problema. Além da restrição alimentar, o médico pode recomendar o uso da enzima lactase.

O leite é uma fonte de cálcio e fósforo extremamente importante. Seus nutrientes estão envolvidos na formação e manutenção dos ossos e dos dentes e fazem parte de processos importantes do organismo, como a contração muscular, a coagulação do sangue, a transmissão de impulsos nervosos e a secreção de hormônios. Tratada de maneira adequada, a intolerância deixa de ser um incômodo.

Quando não há cálcio circulante, o organismo retira o que precisa dos ossos – que funcionam como verdadeiros reservatórios desse nutriente – provocando o enfraquecimento das unhas, cãibras, pressão alta, irritabilidade, osteoporose, cárie dentária, entre outros. Além disso , muitos estudos indicam que o consumo adequado de cálcio auxilia no emagrecimento e manutenção do peso.

Leite e derivados são ótimas fonte do micronutriente, para que as pessoas com intolerância à lactose não prejudiquem a saúde pela falta do mineral, é possível encontrar no mercado várias fórmulas lácteas isentas de lactose e também os leites de soja enriquecidos com cálcio, mas a biodisponibilidade não é a mesma. Outra boa opção é se beneficiar por meio das fontes vegetais, como brócolis, couve manteiga, coentro, manjericão, entre outros.
Lactose engorda? A lactose é o açúcar do leite. Se é um açúcar, é um carboidrato, então cada 1 grama de lactose tem 4 Kcal,Tudo que comemos em excesso promove ganho de peso. Se ingerimos mais calorias do que gastamos, vamos engordar, mas isto ocorre com calorias provenientes de qualquer alimento e de qualquer nutriente.
Um outro fator negativo da lactose e/ou proteína do soro do leite é o aumento da produção de muco no trato respiratório, por isso indivíduos com problemas no trato respiratório, como a rinite, devem investigar se o consumo dos mesmos prejudicam suas crises. Algumas pessoas notam melhora significativa, outros relatam pouca ou nenhuma melhora. Por isso a necessidade de analisar cada caso, cada organismo responde de um jeito. Para indivíduos com candidíase de repetição é recomendado a retirada do leite e derivados no período de tratamento, devido à lactose poder contribuirr com o crescimento do fungo.

Se não há restrições fisiológicas, imunológicas, religiosas, econômicas, aversões, enfim, beba leite.

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